terça-feira, 10 de novembro de 2009

Divagando sobre a busca da felicidade


Quisera poder fazer o tempo voltar ou então fazê-lo passar depressa. Na primeira hipótese pra não repetir alguns erros que hoje já não se pode corrigir e na segunda pra esquecer logo as conseqüências deles.

É como se a vida muitas vezes nos colocasse em encruzilhadas pelas quais somos testados e muitas vezes levados a fazer a escolha errada. Como se teimar com o óbvio negativo fosse questão de honra. Encarar o desafio e seguir ou apenas a luta pela construção da felicidade que dificilmente vem pronta do jeito que se sonha.

A estrada florida está no imaginário. Cheia de grama verde, pássaros e borboletas. Você não a vê. Mas queria muito que ela estivesse lá. Como não está, você acaba pegando o caminho tortuoso, que não è tão lindo como o que você imaginou, que mirou nos sonhos, mas é o que você tem. Melhor uma graminha verde a vista do que uma margem seca, sem cor, sem vida.

A gente acaba se contentando com o real. Os sonhos vão se tornando ilusões você se conforma com o caminho que decidiu percorrer. Vai vendo que as flores não florescem, que os pássaros não cantam e que as borboletas não são coloridas. Até a graminha verde vai ficando amarelada, sem vida.

Desesperadamente você quer voltar. Quer fazer nova escolha. Abandonar aquela. Só que quando se consegue sair da estrada sem graça, você percebe que estava acostumado com ela. Que aquele é o único caminho por onde você sabe andar agora. Deixou as outras alternativas para trás. Não há como pegá-las. Alguém já o fez.
Que angústia. Que dor!

Pior quando você chega no princípio de tudo, há quem diga: “avisei pra você não pegar esse caminho”, “Não te disse que não ia dar certo?”, ou ainda “Sabia que isso não era pra você”.

Ninguém compreende que a luta que se trava todos os dias nesse Vale de Lágrimas é contra a tristeza, a melancolia, a pobreza de espírito.

Ao escolher o caminho tortuoso que possui somente uma graminha verde ao caminho sem vida, optou-se por aquela possibilidade de que ali poderia ser construído o caminho dos sonhos. Que ele poderia surgir ali. Já que havia uma graminha tão verde, as flores poderiam brotar, os pássaros algum dia haveriam de cantar e as borboletas certamente sairiam de seus casulos.

Ah! Seria a felicidade tão sonhada, tão esperada, tão buscada por toda alma humana.
Acreditar na transformação daquilo que à primeira vista não é belo é acreditar no poder do amor. Apostou-se na esperança.

Se a grama amarelou talvez tenha faltado amor, talvez tenha faltado fôlego. O tempo passou e nada mudou. É isso.

O tempo, sempre o tempo.