segunda-feira, 14 de maio de 2007

Na luta contra o câncer, Cartaxo perde a guerra


Rio Branco -A voz altiva e firme de Francisco Rildo Cartaxo Nobre, o Cartaxo, deu lugar ao silêncio. Depois de lutar, talvez a luta mais difícil de sua vida, e vencer várias batalhas, Cartaxo foi vencido pelo câncer. Ele perdeu a guerra, como um verdadeiro guerreiro, que não se rende e nem abaixa a cabeça em nenhum momento ao seu algoz.

Mesmo lutando contra a doença diagnosticada há mais de um ano, Cartaxo candidatou-se nas eleições de 2006 e foi eleito deputado estadual com pouco mais de 4.500 votos. Como ele mesmo sempre dizia, “uma eleição ganha a muitas mãos”. Coisa rara, pois já fragilizado não pôde imprimir em sua própria campanha, o ritmo de trabalho que dedicou quando coordenou as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT), em 2000 e 2004 a do prefeito de Rio Branco Raimundo Angelim e a do ex-governador Jorge Viana, em 2002.

Aliás, um capítulo a parte em sua vida é o PT. Ao qual dedicou tempo, militância e principalmente muita disposição e garra. Foi vice-presidente e presidente em exercício do Diretório Regional e um dos principais articuladores políticos da legenda e da Frente Popular. Ajudou a construir e a reconstruir o partido em vários municípios e como liderança petista foi convidado por Binho Marques para exercer o papel de líder de seu governo na Assembléia Legislativa.

Ele escolheu o Acre
Natural da Paraíba, no município de São João do Rio do Peixe, atual Antenor de Navarro, no sertão nordestino, Cartaxo veio para o Acre, em meados da década de 80 para trabalhar no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Logo que chegou ajudou a fundar o Grupo de Pesquisa em Sistemas Agroflorestais (PESACRE), tendo atuação marcante no movimento rural acreano.

Engenheiro agrônomo com mestrado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos ao retornar ao Acre continuou a trabalhar com comunidades rurais, assessorando as organizações sindicais, cooperativas e associações de pequenos produtores agrícolas.

Dentre os cargos públicos que exerceu foi secretário-adjunto da Secretaria de Produção (Sepro) na primeira metade do Governo da Floresta. Logo após, assumiu a Secretaria de Assistência Técnica Extensão e Agroflorestal (Seater) na gestão de Jorge Viana. Na prefeitura de Rio Branco, exerceu o cargo de Secretário de Planejamento de Rio Branco na gestão de Raimundo Angelim, até o ano passado quando decidiu disputar as eleições estaduais.

Era casado com Cleísa Cartaxo, atual presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e deixa uma filha, Viviane, de 16 anos. Cartaxo completaria, no próximo dia 21 de julho, 45 anos de idade.